sábado, 20 de outubro de 2012

Mais um...(Susto)

Bom dia.
Esse relato é de um pedal que fiz quinta-feira. Aproveitei que não teria aula na parte da tarde e me mandei pra trilha, ainda queria subir a tal escada de pedra. Tomei ela como um desafio.
Almocei bem, e as 14:30 saí de casa. Fui girando legalzinho até o pé do morro. Achei estranho encontrar motociclistas na mesma trilha em dia de semana, mas e eu podia estar pedalando, eles tem direito também.
A vista chegando na escada é assim:



Com aquela trilha marcada lá no fundo, sendo na pedra já! Um tanto assustador quando se tem a noção de profundidade que a foto não da muito bem. Mas mais de perto, eu já tinha visto como era inclinada, mas dessa vez tirei as fotos pra mostrar.



É bem técnica a subida, precisa de muita, mas muita força pra subir isso dai, e eu não fico com vergonha de dizer que eu não consegui. Mas eu ressalto que nas fotos ainda não parece tão difícil como realmente é. 
Só pra ter ideia, subi empurrando a bike e mesmo assim tive de parar no meio caminho pra um descanso. E nessa parada, olha a vista!




E dessa pequena mata no fundo do vale, era possível ouvir pelo menos 6 tipos de passarinhos cantando, e numa quinta-feira, tenho mesmo de agradecer algumas oportunidades que a vida me da, momento muito bom do meu dia. Mas eu ainda tinha morro pra subir, e lá fui eu, com as pernas bem cansadas, e ofegante pra caramba. No alto do morro, que na verdade não era o ponto mais alto porque eu não quis subir pro lado da fazenda, parei onde tinha a bifurcação entre uma estrada pra essa fazenda (que sairia na represa do Alagados) e a trilha que descia de volta para a ultima ponte do caminho. Lá no alto fiz mais algumas fotos.






E depois comecei a descida do morro, confesso que esperava algo mais difícil e fiquei imaginando se eu não teria trocado as referências com o pessoal de forma errada, e eles sobem pela parte em que eu desci. Me pareceu plenamente possível de subir por esse outro lado. Mas o fato é que minha intenção era sair no alto da ultima ponte e dali retornar, mas me empolguei na descida e perdi uma saída a direita, resultado...parei no pé da ponte, lá embaixo!
O jeito foi seguir em frente e subir pela estrada normal, não que isso fosse ruim, mas ia me tomar um pouco mais de tempo. Passei sobre o Rio São Jorge e comecei a subir o caminho de volta.





E logo eu estava de volta a primeira ponte. Quando comecei a atravessar ela, me deu um mal estar e no mirante que existe depois da ponte, parei pra descansar. Tomei um repositor energético e muita, mas muita água, e deitei por alguns minutos, nisso comecei a sentir ânsia e torci muito pra não vomitar ali mesmo. Esperei mais alguns minutos e saí, dali pra frente vim me arrastando de volta pra casa, tive bastante dificuldade pra passar por lugares que normalmente passo até com facilidade. E mais perto de casa liguei pra namorada pedindo que ela me esperasse em casa, que eu estava chegando e não estava bem. Ainda bem que ela cuida de mim! Obrigado Amanda.
E por isso não tem mais fotos da volta. Como conclusão, eu acho que durante essa tentativa de fazer a subida podem ter acontecido algumas coisas diferentes e por isso esse mal estar tão acentuado. Mas a que acho mais provável é que eu tenha desidratado muito, pois quando cheguei em casa as perto das 18, até a hora de dormir a meia noite, eu já havia tomado mais de 5L de água. Mas é claro que eu também posso ter tido uma hipoglicemia leve, ou até intoxicação por lactato. Mas não vou conseguir descobrir agora.
Segue o mapa do roteiro!


Grande Abraço

4 comentários:

  1. Belas paisagens!!! parabéns pelo pedal, mas da próxima vez que estiver sozinho, diminua para um ritmo mais seguro...

    abraços

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  2. Bonitas fotos!
    Algumas considerações sobre hidratação na trilha.
    Também gosto de trilhas pesadas e durante o dia sabemos que o bicho pega. A perda de água é abundante, especialmente pelo pulmão e pele, e especialmente pela pele temos que lembrar que não perdemos somente água, junto com o suor se vão eletrólitos (eletrólitos são elementos químicos com valências livres indispensáveis para o funcionamento do corpo, discretas alterações na sua concentração podem facilmente resultar em problemas muito graves, inclusive levar a morte). Dentre os eletrólitos destacamos o íon Sódio e o íon Potássio, estão envolvidos nas funções mais básicas da célula, o potássio é mais encontrado dentro da célula e o sódio fora (estou explicando um pouco mais detalhado pra explicar alguns problemas que podem rolar na trilha). Quando suamos muito, perdemos muita água, um pouco de sódio e em menor quantidade potássio (também perdemos outros eletrólitos, mas aqui não é importante falar deles), o que comumente fazemos? Bebemos água, mas ai acontece um problema, pensem comigo: saiu agua e sódio, entrou só agua, acontece então que falta sódio. Na verdade a água ingerida agrava ainda mais a perda de sódio, pois dilui o sódio que já esta deficiente no sangue, acontece então que até o potássio começa a ter problema, pois como o liquido que banha a célula esta “diluído” acaba saindo potássio de dentro da célula pois não tem um gradiente de pressão osmótico, ai ta feito a merda! Distúrbio de sódio e potássio, mesmo estando hidratado.
    Alguns sintomas de hiponatremia: dor de cabeça, vômito, mal-estar, em casos mais extremos pode haver hiporreflexia, convulsão, confusão mental, coma e morte.
    O que fazer então? Vou contar como fica minha hidratação. Para as trilhas longas levo um composto de água, carboidrato complexo (maltodextrina, que é barato até, mas pode ser açúcar mesmo, eu coloco isso pois sou magro, tenho pouca reserva energética) que vai me dar energia depois de 1 até 2 horas depois de ingerido, e, dependendo do volume de agua, uma ou algumas pitadas de sal (cuidado aqui pessoal, pra não fazer merda, tem que tomar cuidado pois muito sal também pode dar hipernatremia, ou seja, sódio de mais, que também é muito grave; existem alguns sais com potássio, também é legal, mas nem sempre necessário, ou ainda tem uns saches que já tem tudo isso). Atenção que o sabor disso fica meio fraco, aguado, é importante que seja assim, muito sabor, muito doce, dificultam a hidratação pois pode ficar mais concentrado que o sangue e assim fica difícil absorver, algumas vezes até piora o estado de desidratação. E como beber isso? Esperar ficar com sede e tomar vários goles? Não, definitivamente não. Quando sentimos sede é pq a desidratação já se instalou tem algum tempo, então entre 10 e 20 minutos encho a boca com a solução e tomo, essa medida da boca vai dar de 50 a 100 ml, o que da um índice legal a cada 10 e 20 minutos.
    Ou ainda, mais seguro que correr o risco de se intoxicar com o sal: agua de coco, ou ainda levar bananas, a cada meia hora meia banana, que além de já ter o carboidrato complexo (depende de quão verde ou maduro é a banana tem uma diferença de tempo de absorção do açúcar, mais verdes são absorvidas mais lento) tem os íons tanto sódio quanto potássio (não é aquele horror de íons como a galera pensa, mas tem o suficiente se ingerido com alguma frequência). Então, em uma trilha grande, sei la, seus 120 km, umas 4 ou 5 bananas acho q ta legal.
    Mais sorte ai nos próximos pedais

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    1. Bruno,
      Desde já agradeço sua colaboração, sendo esta, muito útil ao blog. Obrigado.
      Mas creio que todo esse distúrbio ácido-base não foi, nem de perto o que houve ali. Foi bem mais leve, tanto que foi possível voltar pedalando ainda com média de quase 15km/h. Conversei com um médico daqui e ele me disse que isso que tive é característico do chamado "overtraining", ou seja, causado pelo excesso de força mesmo. Nesse quesito o desequilíbrio seria por uma acidose metabólica, decorrente da não degradação adequada do lactato. E esse só seria evitável ou diminuindo a carga do exercício, ou aumentando a frequência e intensidade dos treinos de forma moderada.
      Sei que o que senti não foia coisa mais desesperadora do mundo, foi leve, só precisei de um tempo, um pouco de repouso e água. Mas vou ficar mais esperto para as próximas vezes.

      Obrigado de novo

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  3. Bil, você não tem postado mais paisagens, nem lugares bonitos.

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